segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Os motorhomes que viajam com a Stock Car

Urika Coimbra
Do Autódromo de Jacarepaguá
21 de novembro 17h57

Eles estão em todas as etapas da Stock Car. Levam conforto, comida caseira, e até churrasco, para as cidades onde acontecem as corridas durante o ano. Em cada autódromo, um grande campo é reservado aos motorhomes, que chegam alguns dias antes com toda a estrutura preparada para receber pilotos e equipes nos intervalos de treinos e no domingo de prova.

Um motorhome é uma casa completa – com quartos, sala, banheiro, cozinha e lavanderia – sobre rodas. Ficam estacionados lado a lado no autódromo de quarta a domingo, cada um com seu motorista e cozinheira, responsáveis pelos cuidados da “casa”. Seguir com os motorhomes pela temporada da Stock Car é uma “vida divertida”, conforme disseram os seus integrantes.

Raimundo, 44, motorista do motorhome da Eurofarma RC, não trocaria a profissão por nenhuma outra. “Estou há dois anos na estrada e isso ainda vai longe. Para nós é diversão”, disse o motorista que durante os intervalos das viagens transporta trailers para a companhia em que trabalha.

A cozinheira Bela, 35, cuida do motorhome de Alceu Feldmann, Boettger Competições, ao lado do marido, o motorista Pedro, 42, há um ano e meio. Os dois começaram juntos na estrada e vivem mais tempo no motorhome do que em suas casas. Além da Copa Nextel Stock Car, eles acompanham as etapas da GT3 onde correm Alceu e Paulo Bonifácio. Apesar da rotina puxada, Bela admite sentir falta das viagens quando entram em férias: “No começo foi cansativo, mas depois que acostuma você pega um amor tremendo. Em janeiro fico desesperada porque sinto saudade”.

O piloto da Stock Car Light, Eduardo Berlanda, F&F Racing, é o único que dispensa o hotel para dormir no próprio motorhome. “Prefiro ficar aqui porque durmo mais tempo e não pego congestionamento. Acordo ao lado da pista e tomo o meu café de sempre, com as minhas preferências. Sem contar que a cama na qual gosto de dormir está aí dentro”, comentou Eduardo quando voltava ao seu motorhome depois do treino de sábado, onde já tinha carne assando na churrasqueira.

Bruno, motorista e faz-tudo do motorhome de Eduardo, admira o “espírito aventureiro do patrão” e cuida pessoalmente de colocar a carne na brasa às 11h da manhã, para o churrasco que “não tem hora de acabar”. O piloto faz as vezes de anfitrião: “Todo dia tem churrasco, até cerveja para quem vem nos prestigiar. Infelizmente, não posso tomar, somente ofereço”, brincou Eduardo, que planeja aumentar a frota na próxima temporada. “Estamos vendo para montar outro também. Esse já ficou muito pequeno para tudo o que fazemos. Mais pilotos deveriam ficar nos motorhomes, assim faríamos uma confraternização à noite.”

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