sexta-feira, 18 de julho de 2008

“Mais rápido, Carlão!”

Foi na quinta etapa trabalhando na Stock Car, em Campo Grande, que tive a chance de dar uma volta rápida no carro da Goodyear. Empolgadíssima com a idéia, espalhei a notícia para todos os colegas da sala de imprensa e para os meus pais. Apavorar a mãe um pouquinho faz parte, assim como escutar a pergunta “Vai usar capacete?”. Já com o pai resta o melhor: causar inveja.

Integrei uma fila de espera com outros nove convidados para a volta rápida naquela tarde. Era a nona na espera, o que me deu tempo de estudar as manobras dos caronas de primeira viagem. Prestei atenção à maneira de vestir a balaclava, de ajustar o capacete e o principal: descobri como entrar no carro sem bater a cabeça. O básico, pensei, era controlar a ansiedade e caprichar na coordenação motora.

No momento em que me sentei ao lado do Carlos Alves, a história passou a ser completamente inédita. Pedi ao Carlão que andasse o mais rápido possível. Ele perguntou: “Vai escrever sobre isso?”. Minha resposta positiva foi o passe para uma arrancada de fazer inveja aos caronas anteriores. Não é por nada, não, mas tenho certeza de que a minha volta rápida foi a mais rápida do dia!

Deixando de lado o privilégio recebido pela aplicabilidade da experiência, nossa, dá pra gritar, xingar, rir, suar e tremer ao mesmo tempo. Passa muito rápido, é óbvio, mas, como não conhecia o traçado de Campo Grande, o trajeto pareceu mais extenso. É como fazer um caminho de carro pela primeira vez sem saber quantas ruas faltam para chegar.

De cara estranhei a visão. Como o piloto enxerga ali de dentro? Olhando para a frente, tudo o que existe é um retângulo estreito por onde se vê parte da pista. Até a primeira curva, mantive as mãos largadas em cima das pernas. Milésimos de segundos depois, encontrei um tubo ao alcance da mão direita que funcionava como uma espécie de “puta que pariu” e dele não desgrudei mais. A troca de marchas é muito mais bruta e sentida por quem está no carro do que se imagina. As freadas são extremas, parece que o carro quase pára. As curvas são as atrações principais do parque de diversões. Várias vezes pensei que pararíamos na grama, isso se parássemos. (risos)

Saindo da última curva, na reta de quase um quilômetro, o Carlão acelerou próximo ao muro em frente às arquibancadas. Uma visão marcante: listras e grades passando rápido do meu lado e eu não querendo que acabasse. É o máximo! Não havia outros carros na pista nem qualquer sinal de disputa, mas, assim que cruzamos a linha de chegada, venci a minha primeira corrida imaginária de Stock Car. Quero mais!




RedBulletin.com

terça-feira, 15 de julho de 2008

Credencial Permanente #14




ALEXANDRE KACELNIK (KAKÁ)
Na adolescência, Kacelnik chegou a jogar com nomes que estão no comando do vôlei atual, inclusive Bernardinho. Daquela época restaram amizades e o trabalho de assessoria de imprensa. Na Stock, ele soma 8 temporadas com a Texaco, a primeira em 2001. Antes de chegar aqui, foi assessor da Hollywood na Indy por três anos, quando viajou o mundo conhecendo vários países. Viajar tanto foi legal até seus filhos nascerem. Hoje, este carioca da gema é um paizão que sofre de saudade de Guilherme e Beatriz.

BRUNO BASSANI
De 10 pessoas que escutam seu sobrenome, 11 perguntam se é parente dos irmãos Eduardo (chefe de equipe) e Luca Bassani (fotógrafo). Tá na cara que não, mas ele brinca: “somos primos”. No paddock é o Bruno da Marelli. Graças ao seu trabalho de engenharia, pilotos trocam de marcha sem tirar o pé do acelerador. Enquanto voam na pista, da torre Bruno trabalha com o diretor de prova nos momentos de sinalização: largada, bandeira vermelha ou entrada do Safety Car.

AFONSO RANGEL
Ex-piloto de fórmula, chegou a correr de Stock com uma vitória em Curitiba. Hoje ele é “engenheiro” do carro do Antonio Pizzonia e pede aspas na função porque não fez Engenharia. Formado em Direito e Aviação Civil, Afonso virou engenheiro de tanto fuçar carros de corrida. Trabalhando há 20 anos com Paulo de Tarso, ele brinca que faz parte dos utensílios da equipe. Algumas horas por dia, se dedica ao Blog do Afonso. “Falo bem e falo mal.” Tá lá: www.jornale.com.br/afonso.

VINÍCIUS DE PAULA (VINI)
Precisando de uma força, esse é o cara. Adepto da política da boa vizinhança, Vini conquistou o título de gente boa entre os regulares do paddock. O figura da logística na Officer é o braço direito de Duda Pamplona, resolve tudo para o piloto. Seu começo na Stock foi assim “uma boiada”. De tanto correr atrás de credencial, não é que arrumou um jeitinho de trabalhar lá dentro? Outra grande conquista foi na balança: de 162kg reduziu para 80kg. Alguns colegas estranham a transformação, outros abusam das piadinhas, mas Vini está feliz com o novo corpinho.

Red Bulletin - Campo Grande
Sábado, 05 de julho de 2008. EDIÇÃO 14