sexta-feira, 26 de setembro de 2008

No box com Ingo Hoffmann

Trabalhar no automobilismo tem dessas coisas: ficar de papo com os pilotos em seus próprios boxes faz parte da rotina. Os amigos jornalistas da Fórmula 1 que me desculpem, a despeito da nossa insignificante atuação perto de quem freqüenta círculos mais abastados, alguma vantagem tínhamos de ter.

A notícia não custa caro, na verdade, não custa nada. Esqueça restrições e controle da informação. O máximo de barreira que vai encontrar será uma cara feia por alguma pergunta mal elaborada. Mas é preciso errar feio mesmo para merecer respostas atravessadas de qualquer um dos pilotos. Até mesmo, ou principalmente, daquele que é o mais profissional entre todos os que conheço.

Sem qualquer pretensão, sem pauta para seguir, sem páginas a preencher... Deixei o bloquinho de lado e o gravador desligado para ouvir Ingo Hoffmann num papo informal ao lado da sua assesora, e minha amiga, Meg Cotrim, que ali também não estava a trabalho.

Ouvimos o “Alemão” falar da família, do primeiro emprego do filho, comentar a sacanagem da última prova, desabafar sobre o que não suporta mais na profissão, relembrar, criticar, segredar, palpitar e rir. Rindo como se aquela fosse uma conversa de boteco, sem pressa para terminar.

Último ano, último campeonato, últimas pistas, últimos números, últimas conversas. Realmente, pressa não tem mais. Nem eu tive. Talvez não viva outra chance parecida na minha carreira – a de passar duas horas escutando as histórias de um piloto 12 vezes campeão da categoria, no ano da sua despedida. É, momento assim não volta.

Poderia entrar em detalhes, mas quer saber? Prefiro encerrar sem nada mais revelar com o privilégio de manter a exclusividade dessa "exclusiva" em minhas memórias.

onde: Autódromo Internacional Ayrton Senna - box da AMG Motorsport
quando: 10 de setembro de 2008, quarta-feira, oitava etapa da Stock Car

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