domingo, 26 de agosto de 2007

Saudade da vida que eu não tive

Irônico, contraditório, precipitado. Um sentimento altamente questionável. Sim, eu sei. Aos leitores, eu peço que não se preocupem em me animar, isso é só um desabafo e não um decreto de vida. Ouvi agora há pouco que James Dean aconselhava a se viver intensamente sem se preocupar com o futuro. Existem jovens que vivem como velhos. Velhos que vivem em busca da vitalidade. Onde me encaixo?

Não sei. A verdade é que admitir que sinto saudade da vida que não vivi, aos 20 anos de idade, seria prematuro demais. Aos 30, talvez nem tanto. Sinto falta das viagens que não realizei, dos beijos que não dei, do carinho que não troquei. Do "sim" que não falei, do olhar que não encarei, do abraço que não compartilhei. Do emprego que não tentei, do chefe que não questionei, do colega de quem discordei. Do salário que não ganhei, da idéia que não comprei, do argumento que não revelei. Do "não" que disfarcei, do amor que não tentei, do tempo que desperdicei. De tudo aquilo que sonhei.

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