Integrei uma fila de espera com outros nove convidados para a volta rápida naquela tarde. Era a nona na espera, o que me deu tempo de estudar as manobras dos caronas de primeira viagem. Prestei atenção à maneira de vestir a balaclava, de ajustar o capacete e o principal: descobri como entrar no carro sem bater a cabeça. O básico, pensei, era controlar a ansiedade e caprichar na coordenação motora.
No momento em que me sentei ao lado do Carlos Alves, a história passou a ser completamente inédita. Pedi ao Carlão que andasse o mais rápido possível. Ele perguntou: “Vai escrever sobre isso?”. Minha resposta positiva foi o passe para uma arrancada de fazer inveja aos caronas anteriores. Não é por nada, não, mas tenho certeza de que a minha volta rápida foi a mais rápida do dia!
Deixando de lado o privilégio recebido pela aplicabilidade da experiência, nossa, dá pra gritar, xingar, rir, suar e tremer ao mesmo tempo. Passa muito rápido, é óbvio, mas, como não conhecia o traçado de Campo Grande, o trajeto pareceu mais extenso. É como fazer um caminho de carro pela primeira vez sem saber quantas ruas faltam para chegar.
De cara estranhei a visão. Como o piloto enxerga ali de dentro? Olhando para a frente, tudo o que existe é um retângulo estreito por onde se vê parte da pista. Até a primeira curva, mantive as mãos largadas em cima das pernas. Milésimos de segundos depois, encontrei um tubo ao alcance da mão direita que funcionava como uma espécie de “puta que pariu” e dele não desgrudei mais. A troca de marchas é muito mais bruta e sentida por quem está no carro do que se imagina. As freadas são extremas, parece que o carro quase pára. As curvas são as atrações principais do parque de diversões. Várias vezes pensei que pararíamos na grama, isso se parássemos. (risos)
Saindo da última curva, na reta de quase um quilômetro, o Carlão acelerou próximo ao muro em frente às arquibancadas. Uma visão marcante: listras e grades passando rápido do meu lado e eu não querendo que acabasse. É o máximo! Não havia outros carros na pista nem qualquer sinal de disputa, mas, assim que cruzamos a linha de chegada, venci a minha primeira corrida imaginária de Stock Car. Quero mais!
RedBulletin.com
Um comentário:
Não preciso falar sobre o texto né Urika? Sem comentários, absolutamente maravilhoso! Mais uma obra de arte sua!
Elegi o seu blog como um dos meus favoritos em uma espécie de prêmio que está rolando entre os blogs! Se quiser, dá uma olhadinha lá no Motor Haus e participe da brincadeira também!!
Bjão!
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